Sinais de Recessão

Sinais de Recessão Hoje, o Office for National Statistics divulgou as vendas no varejo do Reino Unido.

A projeção era de uma queda EM 0,5%, mas o resultado apresentado foi de uma retração ainda maior: 1,5%. Com isso, a variação real das vendas no varejo em doze meses passou de -5,4% para -6,9%. Este foi o segundo mês seguido de retração das vendas. Em setembro, a queda havia sido de 1,6%.

Além disso, o núcleo das vendas no varejo, ou seja, excluindo vendas de combustíveis e veículos, caiu 1,5% em relação a setembro. Na variação de doze meses, o núcleo das vendas no varejo chegou à queda de 6,2% acumulada. Dívida Inglesa Juntamente com os dados de atividade comercial, foram divulgados os resultados a respeito da Dívida Líquida do Setor Público. Este mede a diferença de valor entre o gasto público e a renda durante o mês em questão.

Em setembro, a projeção era um déficit de £ 12,3 bilhões. Contudo, o resultado também veio pior do que as expectativas. O valor monitorado foi de £ 19,3 bilhões. Este aumento foi resultado dos pagamentos mais altos de juros sobre a dívida indexada do governo, além do pagamento de benefícios – sendo a maioria relacionada com o subsídio às contas de energia mais altas.

Efeitos sobre o Câmbio Liz Truss, Primeira-ministra do Reino Unido, renunciou ao seu cargo ontem. Em sua saída, ela deixa uma crise econômica precipitada por um “plano de crescimento” cheio de cortes de impostos não financiados. Mesmo que não implementado, o projeto foi capaz de derrubar o câmbio a uma paridade histórica com o dólar, somente observada em 1985.

O problema crucial foi o dos fundos de pensão. Este começou quando Kwasi Kwarteng – então ministro das Finanças – anunciou planos de elevar a emissão de títulos do governo e desta forma aumentar a captação de recursos pelo Tesouro para compensar os cortes de impostos divulgados. A medida levou pânico aos mercados, provocando a desvalorização da moeda local e dos títulos do governo. Com a expectativa de maior emissão de títulos por parte do governo, os investidores começaram a vender títulos britânicos, derrubando seu preço e elevando seu rendimento.

Com isso, as margens aumentaram, fazendo com que os fundos de pensão desembolsassem bilhões de libras para cobri-las. Europa De fato, a questão do Reino Unido passa por decisões fiscais irresponsáveis. Entretanto, a origem do problema é a mesma observada no restante da Europa. O país foi o primeiro a divulgar de forma mais pessimista a dificuldade de conter a inflação e a buscar formas alternativas de solucionar o problema. Assim, iniciou seu processo de retração monetária antes dos demais países – elevando juros – mas com uma política mais expansionista de gasto fiscal. No restante da Europa, os dados de atividade comercial seguem alinhados com os observados hoje, isto é, queda do nível de atividade, tanto no varejo quanto na indústria.

Nos próximos meses, devemos ver mais países com fenômenos semelhantes aos quais o Reino Unido está passando.

Fonte: Levante