Hoje o Fed da Filadélfia divulgou o índice de atividade industrial para o estado americano. Entretanto, apesar do índice ser regional, ele funciona como uma proxy para a indústria americana como um todo. Qualquer valor acima de zero significa que houve melhoria das condições do setor manufatureiro, enquanto valores abaixo de zero indica a piora das condições.
O índice da atividade geral corrente subiu um ponto, mas permaneceu negativo em -8,7 este mês. Esta é a quarta leitura negativa do índice nos últimos cinco meses. Quase 24% das empresas relataram quedas na atividade geral este mês, enquanto 15% relataram aumentos. Além disso, a maioria das empresas (55%) não relatou nenhuma mudança do cenário. O índice de novos pedidos subiu 2 pontos, para -15,9, e o índice de remessas atual permaneceu essencialmente inalterado em 8,6 em outubro, sua leitura mais baixa desde maio de 2020.
Mercado de Trabalho As empresas continuaram a relatar aumentos no nível de emprego. O índice subiu de 12,0 para 28,5 este mês – valor maior do que o suficiente para compensar sua queda em relação ao último resultado. Pouco mais de 29% das empresas relataram aumento nos empregos (acima dos 15% no mês passado), enquanto apenas 1% relatou diminuição (abaixo dos 3% do período anterior). Os 63% restantes relataram níveis de emprego estáveis (abaixo de 83% divulgado no último resultado).
Aumento de Custos Os indicadores de preços pagos e recebidos subiram modestamente este mês após as quedas constantes durante o último trimestre. O índice de preços pagos – que havia caído 55 pontos entre abril e setembro deste ano – subiu 7 pontos para 36,3. A porcentagem de empresas que relataram aumento nos preços dos insumos (46%) superou a porcentagem que relataram reduções (10%). Ademais, 43% das empresas não relataram nenhuma mudança.
O índice de preços recebidos subiu um ponto, para 30,8. Quase 41% das empresas relataram aumentos nos preços recebidos por seus próprios produtos este mês, 10% relataram reduções e 44% não relataram mudanças.
Poucas Mudanças De forma geral, o resultado da produção industrial seguiu a deterioração observada nos últimos meses. Entretanto, mesmo com uma queda do nível de atividade, o mercado de trabalho continuou aquecido. De fato, o último payroll divulgado havia sinalizado que o nível de desemprego nos EUA estava em queda – mesmo após a implementação de medidas mais restritivas por parte do Fed.
Além disso, após o arrefecimento ocorrido entre junho e agosto, novamente há uma pressão dos preços sobre os custos. Este deve-se aos novos aumentos das cotações de commodities energéticas em setembro. Em outubro, é possível ver uma continuidade destas pressões, o que também deve influenciar no próximo resultado.
Na próxima semana, serão divulgados o PIB americano e o Núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) – principal índice utilizado pelo Fed para a tomada de decisões.
Segundo o Fed de Atlanta, a projeção para o PIB é de 2,9% anualizado. Portanto, caso seja observada uma economia ainda aquecida, fomentada principalmente pelo setor de serviços, e, conjuntamente, uma aceleração do nível de preços, a próxima reunião do Fomc (02/11) deve apresentar uma política mais agressiva com relação aos juros do que o previsto.
A projeção atual é de que haja novos aumentos de 75 pontos-base, fazendo com que os juros americanos cheguem a 4,0% ao ano.