A NXP, gigante holandesa de semicondutores, está fechando o seu escritório em Campinas, uma medida que deve desempregar em torno de 130 profissionais, a grande maioria deles projetistas de chips.
A decisão foi comunicada pelo country manager da NXP, César Augusto Duenas, em um email obtido pelo site Capital Digital.
De acordo com Duenas, a decisão faz parte de uma “estratégia global de consolidação das operações em menos localidades” e os clientes da NXP no país não devem ser afetados, uma vez que uma equipe de vendas continuará atendendo o mercado local.
O Brazil Semiconductor Technology Center (BSTC) da NXP foi inaugurado em dezembro de 1997 com oito profissionais, chegando a 130 funcionários, 95% deles engenheiros.
O centro projetava microcontroladores em áreas como gerenciamento de energia, automotivas, processamento digital de sinais, criptográficos e aceleradores de tempo.
A empresa ficava no Techno Park Campinas, um dos maiores parques tecnológicos da região, onde também tem operação a Furukawa e empresas de data center como Ativy e Ascenty.
A NXP nasceu como a divisão de semicondutores da Phillips, tornando-se independente em 2006. Em 2015, a companhia adquiriu a Freescale, outra grande do setor, por US$ 12 bilhões.
A Freescale, aliás, também tinha presença na região de Campinas, desde os anos 60. Duenas, inclusive, é oriundo dessa operação, na qual atuou por mais de 20 anos.
A operação brasileira era pequena, no grande esquema de coisas: a NXP está presente em 35 países, empregando 11,2 mil engenheiros, com um faturamento na casa dos US$ 10 bilhões.
Países menores que o Brasil têm operações de maior porte, inclusive. Na Áustria, a NXP emprega 650 pessoas. Na Romênia, 500. Na República Checa, 300.
A NXP coloca a saída como uma decisão motivada por fatores internos, mas a verdade é que o fechamento acontece em meio a uma retração geral do setor de semicondutores no Brasil.
Nisto, precisamos urgente de que o congresso, bancos estatais e o governo federal abra os olhos para este mercado urgentemente!
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