IPCA-15 de Outubro Ontem, o IBGE divulgou o IPCA-15 de outubro. A expectativa era de que, após dois meses de deflação, o indicador apresentasse um pequeno aumento de 0,05%.
Contudo, o resultado foi pior do que o esperado: 0,16%. Mesmo assim, a inflação acumulada em doze meses, medida pelo IPCA-15, arrefeceu de 7,96% para 6,85%. Os itens que mais subiram foram os alimentos, passagens aéreas e planos de saúde. Segundo o IBGE, o recuo de 6,14% no preço dos combustíveis impactou positivamente o resultado, no sentido de arrefecer a inflação. Porém, isso foi uma exceção.
Somente os preços dos grupos de Transportes (-0,64%), Comunicação (-0,42%) e Artigos de residência (-0,35%) recuaram neste mês. O Resultado foi Positivo? Novamente, o resultado foi sustentado pelas medidas de desoneração fiscal pertencentes à Lei Complementar nº 194/2022, em que há a redução da carga tributária sobre os combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.
Quando observado o agregado do índice, é perceptível que os demais setores se mantêm com uma tendência inflacionária. No acumulado deste ano, os setores que mais avançaram o nível de preços foram Vestuário (15,33%), Alimentos e Bebidas (10,60%), Saúde e cuidados Pessoais (9,80%), Artigos de residência (8,30%), Educação (7,32%), Despesas Pessoais (6,84%), Habitação (-0,65%) e Comunicação (-1,35%). **Portanto, quando analisamos o índice como um todo, é possível ver uma pressão sobre o IPCA Livre, principalmente atrelado ao aquecimento do setor de serviços**. De fato, hoje o CAGED apresentou novo crescimento de postos de trabalho. Acima da expectativa de 260 mil novos empregos, os dados apontaram para crescimento de 278 mil.
Quais os Impactos? Desde o primeiro mês de deflação, Campos Neto reforça a respeito da cautela necessária aos agentes quanto ao fim do ciclo de juros altos. Segundo o presidente do Banco Central, “muito é por causa das medidas do governo, então não achamos que seja um motivo especial para comemorar. Mas a dinâmica está melhorando”. Este resultado do IPCA-15 corroborou com a visão do chairman do BCB. Assim, acreditamos que a projeção do Banco Central de que os juros comecem a ser reduzidos somente após o segundo semestre de 2023 deva ser reforçada, principalmente pela pressão de serviços.
Logo mais, o Copom divulgará qual será a nova taxa de juros básica. O resultado deve apontar para a manutenção da Selic em 13,75% a.a.