Inflação na Europa

Inflação na Europa Foi divulgado o resultado definitivo da inflação na União Europeia.

No mês de setembro, a inflação computada foi de 1,2%, resultado de acordo com a prévia e com as expectativas do mercado.

Com isso, a inflação acumulada em doze meses chegou a 9,9% – resultado inferior ao monitorado anteriormente em 0,1 p.p. No mês, Alimentos, Álcool e Tabaco avançou 2,47%.

Já o grupo de Energia, fator cíclico que vem mantendo a inflação europeia acima de seus patamares históricos, avançou 4,19%. Além disso, o grupo de Serviços apresentou aumento do nível de preços em 1,80%. Por fim, Bens Industriais não Energéticos avançou em 1,47%.

Perigo de Novas Altas Assim como nos EUA, o setor de serviços ainda se apresenta como um motor de inflação devido ao mercado europeu de trabalho aquecido, mesmo com uma possível recessão nos próximos trimestres. Como reflexo, o grupo de serviços passou de 3,8% para 4,3% acumulado em doze meses. Da mesma forma, bens não industriais avançaram de 5,1% para 5,5%. Além disso, a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) anunciou que realizará um corte da produção total de petróleo a partir de novembro deste ano.

Segundo a organização, será realizado um corte de produção no total de 2 milhões de barris por dia (bpd). Com isso, após a deflação ocorrida entre julho e agosto, o fator cíclico das commodities energéticas, que já havia voltado a impactar negativamente o índice em setembro, passa a ser uma nova pressão inflacionária para o continente nos próximos meses.

Ritmo dos Juros Deve Continuar Dada a situação de alta inflação, o Banco Central Europeu (BCE) deve seguir com sua política monetária mais restrita. Em síntese, mesmo com os aumentos progressivos dos juros nas últimas reuniões, os fatores cíclicos e estruturais da inflação se mantiveram acelerados. Energia avançou 40,7% nos últimos doze meses. Serviços, 4,3%. Segundo Joachim Nagel, membro do Conselho do BCE, “mais aumentos nas taxas de juros serão necessários para trazer a taxa de inflação de volta a 2% no médio prazo – não apenas na reunião de política monetária no final de outubro”. Além disso, ainda segundo Nagel, “o tamanho das etapas das taxas de juros e o quanto vamos aumentá-las vão ser medidos em cada caso pelos dados atuais e sua importância para as perspectivas de inflação”.

Fonte: Levante