Caros leitores,
Hoje quero registrar meus parabéns aos valorosos homens e mulheres das polícias do Estado do Rio de Janeiro, que atuaram com coragem nas ações de ontem. A vocês que saem nas ruas, enfrentam o risco, preservam vidas: nossa solidariedade e reconhecimento.
Quero também dirigir uma palavra aos familiares das pessoas que perderam a vida — saibam que suas dores não passam despercebidas: nosso respeito, nossa comoção. A segurança pública é lado humano, com famílias, memórias, e não apenas números.
Mas, ao mesmo tempo que reconhecemos os esforços estaduais, creio que uma crítica firme se torna inescapável: ao governo federal — ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) —, que até o momento pouco fez em termos efetivos de enfrentamento da criminalidade e do tráfico de armas e drogas no país. O que se viu até agora é um discurso insistente sobre reformas e “mais poderes” à União. Por exemplo, o ministro Ricardo Lewandowski defendeu a criação de um sistema unificado de segurança pública — um “SUS da Segurança Pública” — para dar mais poder à União.
Só que — e aqui está o cerne da crítica — as áreas que cabem à União seguem sem resoluções concretas:
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Como estes criminosos têm tantas armas? O país tem fronteiras enormes, mal vigiadas, tráfico de armas conecta-se a facções internas e externas.
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A exportação e produção de drogas não param de crescer, e as facções nacionais e internacionais avançam sobre territórios estaduais em praticamente todos os estados.
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Fugas em presídios federais ou com presos federais: mesmo encarcerados, comunicam-se com o mundo exterior; funcionários infiltrados ou facilitações internas continuam sendo apontadas em diversos casos.
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A justiça solta criminosos — multitudes de decisões judiciais que liberam presos, muitas vezes sem que haja uma aplicação eficaz de políticas de execução penal e controle real.
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E onde está a atuação contundente da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), das Forças de inteligência da União para desarticular as cadeias de mando das organizações criminosas que atuam interestadualmente e transnacionalmente?
O governo federal se agarra a projetos de dar mais poderes à União, unificar estruturas, mudar a Constituição — como se isso por si só resolvesse o problema. Mas um projeto abstrato, sem execução, sem resultados concretos visíveis, termina sendo um paliativo que adia o essencial.
Enquanto isso, os estados arcaram com o ônus: policiais batendo nas ruas, vidas em jogo, famílias chorando. E o governo federal, que tem atribuições específicas — controle de fronteiras, repressão ao tráfico interestadual e internacional de drogas, armas e lavagem de dinheiro — dorme em parte ou tem atuado de forma dispersa.
Se de fato queremos um Brasil mais seguro, não basta falar em dar “mais poder à União” — é preciso mostrar resultados: fronteiras controladas, armas apreendidas, rotas de tráfico cortadas, presídios eficazes, comunicação entre estados funcionando e justiça que não libere sistema criminoso por falha de política ou aparato.
É hora de responsabilidade. O reconhecimento aos policiais do Rio é justo — mas que ele venha acompanhado de cobrança ao governo federal para que saia do discurso e entre na ação concreta.
O governo federal tem que colocar seu poder no congresso para alterar e lei de terrorismo para estes criminosos, aumentar o rigor da lei, melhor estrutura dos presídios, trabalhar para todos tenham emprego e renda de qualidade, educação de qualidade que não para de cair o nível, a escola publica brasileira esta se tornando um desastre, tem que gerar oportunidades para o crime não ser a única alternativa nas comunidades. Escolas de tempo integral com qualidade, cadê? Tornar o Brasil industrializado novamente?
Às forças de segurança estadual: meu respeito e minha gratidão. Aos familiares das vítimas: novamente, minha solidariedade. E ao governo federal: o país espera menos promessa, mais resultado.
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