Ciência não é dúvida, porque temos teorias bem estabelecidas das quais não faria sentido duvidar ‘de graça’. Mas o pensamento científico exige cautela de ir só até onde as evidências permitem. Fazer chilique na TV porque as pessoas se recusavam a usar máscara, quando na época já era incerto se as máscaras realmente funcionavam a ponto de serem impostas (não que a eficácia justificasse o autoritarismo, não justificaria) é o oposto de uma atitude em conformidade com as evidências. Na verdade, transparece uma certeza injustificada — o que é muito esquisito partindo de fãs de Carl Sagan que adoram realçar o aspecto “cético” da ciência.Eu não culpo nem um pouco quem pega clipe disso para jogar na cara de quem disse. A arrogância da afirmação casa bem com a fúria da retaliação.Falam tão mal do Elon Musk, dono desta joça aqui, mas eu já vi ele se retratando e reconhecendo erros muitas vezes — o que não é o caso dos pandeminions arrogantes, que erraram feio e erraram rude, e agora saem de fininho e se fazem de desentendidos.Eu escrevi matérias afirmando que tínhamos evidências a favor do tratamento precoce com ivermectina e hidroxicloroquina. E tínhamos, mesmo. O que mudou é se essas evidências eram suficientes. Ao contrário de quem disse que estava “cientificamente comprovado” (as certezas dos ‘céticos’ são muitas!) que não funcionavam. Eu tenho completa tranquilidade quanto a isso, pois eu nunca dei certeza falsa para ninguém. Inclusive, já estou planejando minha matéria de atualização do estado da arte sobre os tratamentos precoces sugeridos. Vitamina D, por exemplo, parece ter sido uma ótima ideia. E eu tenho certeza que os defensores do tratamento precoce vão receber com tranquilidade, ao menos uma parte substancial deles, caso eu conclua que muito do que defenderam não funcionou. Porque nunca os tratei como malignos, crianças ou idiotas. Não posso dizer o mesmo de muitos “divulgadores de ciência”.Por: Eli Vieira
