Tivemos treze verões na praia, todo final de ano. Até que minha filha mais velha me disse: “não gosto mais de praia”. Passou a ficar na cidade, com amigas. Foi abrupto. Em um verão dançávamos no mar, apostávamos corrida, desenhávamos na areia. No outro, estava sem ela.
Faço cálculos. Tenho treze verões com minhas filhas. Por quatro anos, são bebês. Por nove verões, são crianças. Depois disso, adolescentes. Apenas vinte dentes de leite para guardar. Apenas sete apresentações de final de ano. Apenas uma formatura. Cinquenta natais, talvez.
A rotina desgastante faz a vida parecer um filme em câmera lenta. Um filme exaustivo. Mas, de repente, sem aviso, o filme acaba. E você sente saudade. Quer rever o filme, aproveitar mais da segunda vez. Rebobinar. Os dias parecem longos, mas os anos são curtíssimos. A infância passa devagar e, de repente, passou rápida demais.
Vá nas apresentações escolares. Pegue seus filhos na escola. Transforme os momentos mais chatos em brincadeiras. Ria perto dos seus filhos, para que eles sintam que você gosta de cuidar deles. Veja-os aprendendo a andar, falar, correr, andar de bicicleta. Esteja na formatura. Chore no casamento. Seja um bom avô. Esteja com eles de corpo, alma e vontade. Aproveite o tempo que tiver com seus filhos. Serão apenas treze verões. Treze mágicos verões, que passam rápido demais.
Por: Marcos Piangers