A nova narrativa gourmet da indústria das apostas

“Estamos ajudando o Brasil com entretenimento e responsabilidade social.”
Sério mesmo?

Essa semana fui procurado pelo CEO de uma das casas de apostas “legalizadas” no Brasil. A abordagem foi cordial, polida, cheia de dados, selo do GPTW, preocupação com responsabilidade social… e o mais impressionante: tentaram me convencer de que a aposta é uma forma de entretenimento saudável para a sociedade.

Não consegui acreditar no que estava lendo.

👉 Segundo ele, 95% do valor arrecadado volta como “prêmio”.
👉 Disse que apostas devolvem à sociedade impostos, salários, patrocínios.
👉 E que o “jogo responsável” é a nova forma de combater os criminosos.

O mesmo discurso que a indústria do cigarro usou por décadas.

📉 Enquanto isso, 15% da população brasileira já apresenta sinais de vício em apostas, especialmente entre jovens e trabalhadores de baixa renda.
📈 A Pantore Pay teve que bloquear milhares de clientes que tentaram usar crédito para jogar.
📲 Estamos vendo o vício escorrer pelo WhatsApp, pelo TikTok, pelas casas de cada bairro.

E me desculpe, CEO — isso não é entretenimento, é uma epidemia financeira e emocional.
O seu produto é feito para viciar, para seduzir o desesperado, para parecer fácil e lucrativo — e não é.

Enquanto meu time tenta empoderar restaurantes, bares e mercadinhos com crédito justo, vocês estão drenando o capital de giro desses mesmos empreendedores, com a desculpa de que é “diversão”.

A indústria do jogo pode ter selo, CNPJ e até GPTW. Mas ainda vive do mesmo modelo: lucrar com a esperança dos mais frágeis.

E isso, pra mim, tem outro nome: sem vergonha.

Quer ajudar o Brasil?
👉 Investe em educação financeira.
👉 Ajuda quem empreende a crescer.
👉 Para de chamar armadilha de diversão.

E você, o que acha dessa nova narrativa da “aposta responsável”?

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