Não faz sentido investir em 2024 sem termos uma ideia de 2025, no mínimo.Segundo projeções de renomados economistas de bancos e asset managers, espera-se um crescimento mediano de 2% no PIB em 2025. Contudo, ajustando esse número pelo crescimento populacional de 0,5%, o aumento real do PIB per capita é de aproximadamente 1,5% – um incremento modesto.Uma das consequências da evolução tecnológica, é que os primeiros a adotarem uma tecnologia, como AÍ por exemplo, ficam ricos mais cedo, os que adotam essas tecnologias depois de muitos anos ficam na mesma.Um exemplo emblemático dessa dinâmica foi a privatização do setor de telecomunicações no Brasil. Sob gestão estatal, somente os ricos que podiam comprar uma linha de telefone por 20.000,00 aumentando a sua produtividade, com custos proibitivos para a maioria da população. Com a privatização uma linha telefone celular passou a custar zero, democratizamos o acesso a comunicação para 220 milhões, impulsionando a produtividade e contribuindo para a redução da pobreza.Analisando esse crescimento projetado de 1,5% do PIB per capita, é provável que a maior parte desse aumento (cerca de 1,3%) beneficie os early adopters, deixando apenas 0,2% para a parcela restante da população. Isso representa um incremento quase imperceptível para a maioria, especialmente para quem ganha o salário mínimo. Traduzido em termos monetários, isso significaria um aumento de aproximadamente 36 reais na renda anual, durante o terceiro ano do Governo Lula. Em 2024, ano eleitoral, esse incremento será de apenas cerca de 24 reais.Isso é consequência direta de governos mais preocupados com distribuição imediata da renda, do que com o progresso tecnológico, a geração de produtividade e crescimento acelerado que há 30 anos não temos.Stephen Kanitz
