Os “cemitérios de bicicletas” na China são um reflexo das rápidas mudanças no modelo de negócios de compartilhamento de bicicletas no país. O que começou como uma solução inovadora e ecológica para o transporte urbano transformou-se em um desafio significativo de gestão urbana e ambiental.
Introduzido por volta de 2015, o conceito de compartilhamento de bicicletas sem estação fixa foi liderado por startups como Ofo e Mobike. Essas empresas permitiam que os usuários localizassem e desbloqueassem bicicletas via aplicativos móveis, promovendo o uso em qualquer lugar e a qualquer momento. O modelo cresceu rapidamente, e, em 2017, havia aproximadamente 20 milhões de bicicletas compartilhadas em circulação na China.
No entanto, a falta de um planejamento sustentável e a intensa competição levaram à falência de muitas empresas do setor. Até 2018, pelo menos 34 das 70 empresas de compartilhamento de bicicletas haviam encerrado suas atividades. A Xiaoming, por exemplo, deixou 430 mil bicicletas abandonadas em mais de 10 cidades.
Atualmente, apenas três marcas dominam o mercado nas grandes cidades chinesas. Desde 2017, cerca de 4 milhões de bicicletas compartilhadas foram descartadas, evidenciando a magnitude do problema.
Este cenário destaca a importância de um planejamento e regulamentação adequados para inovações tecnológicas que impactam diretamente a vida urbana e o meio ambiente. A experiência chinesa serve como um alerta sobre as consequências de um crescimento desordenado e sem sustentabilidade no setor de mobilidade urbana.
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