O Individualismo Ocidental

A civilização ocidental se tornou bem sucedida pelo crescimento do conceito de individualismo, que nos permitiu fugir do pensamento tribal, coletivo e social que perdurava até meados da Idade Média.

Leiam Individualism and The Western Tradition, pelo psicólogo evolucionista brilhante Kevin Macdonald, que demonstra como nos tornamos mais criativos, empreendedores, contestadores, disruptivos, progressistas depois dessa transição.

Acontece que hoje as invenções não são mais individuais, mas de um laboratório de pesquisas.

Acontece que hoje o empreendedorismo não é mais individual mas uma corporação gigante administrada por milhares de administradores profissionais.

A competição feroz do “livre mercado” e a meritocracia competitivas tão defendido pelos liberais não funciona mais.

Voltei de uma longa viagem ao Japão onde finalmente percebi o que está errado com o ocidente, em clara decadência.

Simplificando ao extremo, o Japão é uma cultura que desenvolveu a sociedade B abaixo.

Os japoneses competem menos entre si, se diferenciam através de pequenas coisas, o suficiente para se diferenciar.

É o “menos é mais” da cultura japonesa, quase nada se ostentam, se preocupam com união do grupo muito mais do que nós.

A civilização ocidental é a curva A com uma disparidade bem maior do que retrata o gráfico que apresentei.

Nós almejamos nos diferenciar do outro de forma exagerada, imensa, competimos ferozmente, vivemos nos exibindo e contando vantagens.

Jovens não se contentam com uma tatuagem para se diferenciar, colocam 20, e aí nenhuma tatuagem se destaca.

Ricos não compram 1 carro de luxo mas 5. Ter um milhão de dólares não é mais suficiente tem que ser bilionário.

Nossas conversas não são como melhorar a educação no Brasil, como reduzir a taxa de divórcios ou reduzir a violência.

Nossas conversas são sobre como eu sou mais bem sucedido que você, quanto eu ganhei na bolsa semana passada, meu bônus foi maior que você.

A maioria não ouve que o amigo está dizendo, a maioria fica esperando quando interromper com um “eu também”.

Japoneses não querem diminuir seus amigos mostrando se superior, pelo contrário.

Japoneses se vestem discretamente, pouco baton, mas colocam um único detalhe para se diferenciar, um broche em forma de besouro por exemplo.

É divertido passear nas ruas do Japão, e descobrir o detalhe como cada japonesa se diferenciou.

Ou seja nós precisamos de menos e não mais. Precisamos nos interessar mais nos outros e não em si mesmos.

Por: