NÃO EXISTE CRISE NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

Recentemente, tem circulado uma narrativa que sugere uma crise no agronegócio brasileiro.

No entanto, após uma análise detalhada dos dados financeiros disponíveis, é possível apresentar uma perspectiva mais fundamentada e menos alarmista.

Examinei os dados da carteira de crédito do Banco do Brasil, que é com folga o maior financiador do setor, voltada para o agronegócio ao longo dos últimos dez anos.

Mesmo nos momentos mais desafiadores, como em março de 2020, a inadimplência apenas atingiu 3,57%.

A média de inadimplência ao longo desta década foi de 1,31%, e no último trimestre, observamos uma taxa ainda mais baixa, de apenas 0,96%, indicando uma performance sólida e consistente do setor.

Por outro lado, o rápido crescimento dos Fiagros (fundos de investimento no agronegócio) atraiu cerca de 500 mil investidores individuais.

É importante destacar que, como em qualquer investimento, existem variados níveis de risco.

Alguns investidores, na busca por maiores rendimentos, optaram por fundos com riscos elevados e, infelizmente, enfrentaram prejuízos.

No entanto, os fundos considerados mais seguros mantiveram um excelente histórico de baixa ou nenhuma inadimplência.

É fundamental entender que a dinâmica de investimentos sempre envolve riscos e que a escolha prudente dos fundos é essencial, jamais analisando somente a métrica dividend yield como muitos investidores fazem.

A recente queda na rentabilidade de alguns produtores agrícolas, embora significativa, não deve ser vista como um indicativo de crise, mas sim como uma correção após anos de alta performance.

O agronegócio brasileiro continua sendo um setor vital e próspero, e uma escolha cuidadosa dos investimentos pode proteger e até aumentar seu capital.

Por: Tiago Guitián dos Reis