A pergunta que não quer calar: essa fusão é mesmo boa para o mercado… ou só para meia dúzia de acionistas?
Vamos aos FATOS (e às entrelinhas):
1. 2021-2023: A Marfrig Global Foods começa a comprar ações da BRF . Aos poucos, vira sócia majoritária. Sabe aquele namoro que parece inofensivo? Pois é, esse virou casamento forçado. O ‘poison pill’ da BRF foi retirado, liberando o caminho para o Molina assumir o controle.
2. 2023: BRF faz follow-on e capta R$ 5,4 bilhões. Quem coloca a grana? Adivinha. Marfrig bota R$ 1,5 bi e aumenta ainda mais o controle. O dinheiro entra na BRF, mas o problema do balanço estava do lado de lá…
3. 2024: Marfrig anuncia que está vendendo ativos para a Minerva. Motivo? Reduzir a dívida astronômica (R$ 34 bi) e tentar respirar. Porque sua operação nos EUA (National Beef) virou um pesadelo com margem EBITDA de 2,6%.
4. 2025: BOOM! Fusão anunciada. Nasce a MBRF Global Foods. Promessa de sinergias mágicas de R$ 800 milhões e ganhos tributários de R$ 3 bilhões. Mas peraí…
A conta fecha?
👉🏻 A Marfrig tem dívida gigante e operação problemada nos EUA.
👉🏻 A BRF estava desalavancada (1x EBITDA) e em plena recuperação.
👉🏻 Mesmo assim, a relação de troca premiou a Marfrig.
Coincidência? Ou engenharia de fusão para salvar uma operação que afunda enquanto os outros se afogam juntos?
E ainda tem bônus: logo após a fusão, dividendos bilionários são distribuídos — R$ 3,2 bi pela BRF e R$ 2,5 bi pela Marfrig. Pra quem? Para os acionistas majoritários que PRECISAVAM aprovar a operação. 🤑
Essa fusão parece mais um plano de resgate disfarçado de sinergia. 🫣
Se você é minoritário da BRF, parabéns: seu negócio saudável acaba de assumir a dívida do vizinho problemático.
E agora, a nova empresa sonha em mudar a sede para os EUA. Por quê? Para acessar um mercado de capital “mais líquido”? Ou para se afastar dos credores e investidores céticos aqui?
Quem está ganhando de verdade com essa fusão? E quem vai pagar a conta?
Comenta aqui sua visão. Porque tem cheiro de pegadinha no ar…
Por:
