Dólar supera R$ 6,00: impactos do aumento dos gastos públicos e da dívida no Brasil

Hoje, 29 de novembro de 2024, o dólar comercial ultrapassou a marca de R$ 6,00, atingindo R$ 6,01, em um momento que reflete uma combinação de fatores globais e domésticos. Entre os elementos que mais pressionam o câmbio estão o aumento dos gastos públicos no governo Lula e o crescimento acelerado da dívida pública brasileira.

Nos últimos meses, o governo federal ampliou investimentos em programas sociais e infraestrutura, mas sem apresentar medidas concretas para conter o déficit fiscal. A falta de previsibilidade sobre o controle das contas públicas aumentou a percepção de risco dos investidores internacionais. Esse cenário agravou-se com a revisão do arcabouço fiscal, que flexibilizou ainda mais as metas de superávit, sinalizando dificuldade em reduzir a dívida pública que hoje já ultrapassa os 75% do PIB​

Além disso, o ambiente externo contribuiu para fortalecer o dólar, impulsionado por expectativas de políticas monetárias mais rígidas nos EUA e pela volatilidade dos mercados emergentes após a reeleição de Donald Trump. O real, que já vinha enfraquecendo, agora enfrenta maior pressão devido à fuga de capital estrangeiro e à busca por ativos mais seguros​

Esse aumento na cotação do dólar impacta diretamente a economia brasileira. Produtos importados, como combustíveis e eletrônicos, ficam mais caros, elevando os custos para o consumidor final. Além disso, empresas com dívidas em moeda estrangeira devem enfrentar dificuldades adicionais, ampliando o risco de uma desaceleração econômica.

O momento exige que o governo federal tome medidas claras para retomar a confiança dos mercados, priorizando o ajuste fiscal e medidas que promovam a competitividade do Brasil. Sem isso, o câmbio elevado continuará pressionando a inflação e dificultando a recuperação econômica.

Esse cenário reforça a necessidade de debate sobre a sustentabilidade da política fiscal e seus impactos a longo prazo. A trajetória do dólar nos próximos meses dependerá diretamente de como o Brasil enfrentará esses desafios internos e externos.

Publicado originalmente em newsbrasil.net.

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